SEU VICENTE – SÃO FRANCISCO XAVIER SP

20 de julho de 2022 0 Por Canal do Youtube (Parceiro)



A casa dos caboclos paulistas no início do século era feita de pau a pique e coberta da sapê, como no início da colonização do Vale do Paraíba, há mais de 150 anos. Os utensílios domésticos eram igualmente simples. Grande parte dos objetos utilitários era
de origem indígena. Vasilhas como panela, gamela, esteira, rede, peneira, balaio, piquá, pilão, tigela, colher de pau, pote, moringa, talha, sabão de cinzas e cuia eram feitos de materiais nativos como taquara, taboa, barro, cambuca ou madeira. Às vezes eram enfeitados com pinturas ingênuas. Atualmente esses produtos estão quase
desaparecidos.

No século XIX e início do XX, as figuras existentes nos interiores eram as do fazendeiro, dono de um latifúndio, onde predominava a monocultura de exportação; o sitiante, que continuava produzindo a costumeira agricultura de subsistência, com alguns produtos excedentes para o mercado; o agregado, que residia nas fazendas ou nos sítios, ocupando como parceiro ou meeiro parte das terras com lavouras e criações; e o camarada, um trabalhador sem vínculo
empregatício, geralmente recebendo como diarista.

O preconceito contra o caipira, que acabou se transformando num estereótipo, foi consequência das mudanças que vinham ocorrendo na economia do país. A afirmação da superioridade do modo de vida urbano sobre o rural exprimiu-se culturalmente na construção de estereótipos negativos sobre o morador da zona rural. O caipira seria um indivíduo ingênuo, preguiçoso, desnutrido, doente, maltrapilho, rústico e desambicioso: “Esse estereótipo encontrou sua melhor descrição no Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, e que tem sua contrapartida nas virtudes contrárias, atributos do homem urbano”

“Este costume de viverem dispersos, metidos pelas roças, tem feito hábito, de sorte que só fazem gosto da solidão e para ela fogem”