A GENTE NÃO PRECISA DA LINHA BRANCA PRA VIVER BEM – DEPOIMENTO JERÁ POTY MIRIM

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Conheça mais sobre a Terra Indígena Tenondé Porã, localizada em Parelheiros, região sul da cidade de São Paulo
https://tenondepora.org.br/

A Terra Indígena Tenondé Porã tem uma extensão aproximada de 15.969 hectares e está situada no extremo sul do município de São Paulo, abrangendo partes dos municípios Mongaguá, São Bernardo do Campo e São Vicente. Possui também trechos em sobreposição com duas unidades de conservação: a Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos, do município de São Paulo, e o Parque Estadual da Serra do Mar.

Há cerca de 1.500 Guarani vivendo na TI Tenonde Porã, habitando, atualmente, 8 tekoa, que os não indígenas conhecem por “aldeias”. As duas mais populosas são a Tenonde Porã (também conhecida por “aldeia da Barragem”), e a Krukutu. As demais são as tekoa Guyrapaju, Kalipety, Yrexakã, Kuaray Rexakã, Tape Mirĩ e Tekoa Porã. Ao longo de nosso território, junto às belezas das matas e rios, há diversas localidades que outrora já foram nossas aldeias, assim como antigas trilhas que até hoje utilizamos e onde coletamos material para artesanato, plantas e ervas medicinais, compondo uma extensa rede de caminhos que vão até as aldeias guarani no litoral.

Site do Sampa Mais Rural
https://sampamaisrural.prefeitura.sp.gov.br/

A agricultura em São Paulo e ousamos dizer em todas as grandes cidades, existe como forma de resistência ao concreto. Há locais em que a agricultura persiste, ela é resistência à especulação imobiliária e nas áreas que retomam a agricultura em áreas urbanizadas, ela é resistência da separação entre o homem e a natureza.

A agricultura existe desde que o homem se urbanizou. A cidade cresceu em cima de hortas, de roças, de sítios, de florestas manejadas pelos indígenas (que também resistem e existem em São Paulo), esse passado agrícola deixa saudades lembradas apenas por nomes de ruas, avenidas e bairros que quase não fazem sentido para os cidadãos atualmente.

A agricultura urbana tem diversas funções para a cidade e as pessoas. A primeira e mais fundamental é possibilitar a realização de um modo de vida, para pessoas que não se sujeitam a imposição do frenesi da cidade e, em meio a agitação e da velocidade conseguem manter um ritmo natural, conectados com a natureza, com as plantas com os animais, com as estações do ano e assim conseguem viver plenos, satisfeitos e também cheios de desafios e problemas, mas com força e sentido para seguir em frente.

A agricultura no meio da cidade é teimosa, sua resistência está em mostrar que não podemos dominar a natureza e que apesar da técnica e da tecnologia vamos ter no fim do inverno as calçadas sujas de amoras, calçadas rachadas de árvores e nas rachaduras vão crescer matos e Matos de Comer e que seremos sempre natureza. As hortas urbanas, periurbanas e rurais da cidade proporcionam um respiro e uma conexão, tão fundamental para todos.

#sampa+rural