CANARIO ARLEQUIM PORTUGUÊS ACABOU DE CHEGAR #SHORTS
19 de outubro de 2022CANARIO ARLEQUIM PORTUGUÊS ACABOU DE CHEGAR #SHORTS
Dentre as raças de canários de porte, o Arlequim Português é considerado um pássaro mediano, com seus 16 cm de comprimento, com corpo alongado, peito ligeiramente arredondado e dorso plano alinhado com a cauda.
“O canário Arlequim Português não é apenas a primeira raça portuguesa de canários.
Além de ser uma ave esbelta, que todos admiram, contém em si surpreendentes dotes que permitem proceder a vários estudos científicos de conseqüências práticas na criação de todos os canários.
Entre essas características foram selecionadas três: o estudo da distribuição das cores melânicas nas penas dos serinus, trabalho já executado, o estudo da origem e genética da poupa, que está a ser realizado presentemente e, por último, o estudo da relação de tamanho entre a cabeça e o corpo dos serinus, estudo importante para a obtenção de poupas mais exuberantes.
Destes três estudos, o primeiro está concluído e o segundo, a origem e genética da poupa, encontra-se em realização.
No presente número daremos conta dos resultados obtidos sobre a distribuição das cores melânicas.
O estudo da coloração das aves divide-se em duas grandes áreas:
1 – Distribuição da coloração de cada indivíduo
2 – Transmissão das características da pais para filhos (Genética)
Por sua vez, a distribuição da coloração tem de atender a duas situações:
1.1 – Distribuição nas penas
1.2 – Distribuição somática, isto é, no corpo da ave.
A distribuição na pena não é a mesma consoante se consideram as remiges (penas grandes das asas), as rectrizes (penas grandes da cauda) ou as tectrizes (penas pequenas do corpo).
Nestas últimas, responsáveis pela coloração do corpo da ave, tem de se considerar três zonas fundamentais:
1 – Zona profunda
2 – Zona superficial
3 – Zona acrescentada
Esta última não existe em todas as aves.
As características destas zonas dependem de fenómenos de natureza química que não cabe aqui desenvolver.
Também a visualização das cores depende de factores de origem física, reflexão e refracção da luz que não interessa ao nosso estudo.
A zona profunda é a mais estável e é geneticamente fixa, não ligada ao sexo.
Daí que surja clara em todas as aves lipocrómicas e escura em todas as aves melânicas.
Deve referir-se que em certas aves lipocrómicas, surgem manchas escuras que podem atingir apenas a zona profunda, surgindo, por isso, ao levantar as penas claras, um fundo escuro.
A zona superficial varia com a pigmentação e é responsável mais directa pela coloração da ave.
A zona acrescentada só surge em aves diluídas (schimmel) visto que as intensivas não a possuem.
É também uma característica de transmissão genética e, originariamente, no que respeita aos serinus, não ligada ao sexo, determinando o surgimento de duas grandes divisões:
1 – Aves de plumagem intensiva
2 – Aves de plumagem diluída
Mais tarde, com a introdução do hibridismo através do Cardinalito da Venezuela (Spinus cuculatus) fixou-se uma terceira situação: o mosaico.
As características de cada uma destas situações são conhecidas.
O quadro fica assim estabelecido:
1 – Aves de plumagem intensiva
2 – Aves de plumagem diluída
3 – Aves de plumagem mosaico ou dimórficas
Como se sabe, inicialmente só as fêmeas transmitiam a característica mosaico.
Mais tarde, passou para os machos, mas a distribuição das manchas ficou sempre ligada ao sexo, embora existam exemplares de grande aproximação de desenho.
Mais tarde surge o mosaico novo tipo e por fim mudou-se o nome para dimorfos.
Ainda em relação à distribuição da coloração da pena, deve considerar-se que a existência das duas ou três zonas é de transmissão genética no que refere à zona profunda que, como vimos, é a mais fixa.
O desaparecimento total de pigmentação nesta zona só surge em animais lipocrómicos mas deve ter-se em atenção que a despigmentação total só se verifica nas aves com olhos vermelhos.
Na verdade, um canário branco de olhos escuros é entendido pelos hibridologistas como uma ave mesclada visto que apresenta melanina nos olhos.
Daí os criadores de híbridos de pintassilgo que procuram híbridos claros terem de fazer cruzamentos com canárias de olhos vermelhos.
No entanto, deve assinalar-se, que não existem aves sem pigmentos, porque esta situação é incompatível com a vida.
O sangue possui um pigmento, a hemoglobina, indispensável à oxigenação.
Por outro lado, certos pigmentos gordos (lipocromos) são pré-vitaminas, isto é dão origem a vitaminas, essenciais à vida, sem as quais os animais superiores não podem viver.
É por isso que, numa fase de desenvolvimento em que não há ainda chegada de pigmentos alimentares, tem de existir uma substância amarela à disposição; é o que se passa no ovo.
Toda a gente sabe que a gema do ovo é amarela; mas porquê?
Nunca poderia ser branca sob pena de a ave não se desenvolver por falta de pigmentos.