NOVIDADES!!! PRIMEIRO OVO DO PROJETO CRUZA TARIM X CANARIA 🐣🦅

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NOVIDADES!!! PRIMEIRO OVO DO PROJETO CRUZA TARIM X CANARIA 🐣🦅

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Os Cruzamentos Efetuados com o Canário Doméstico

“I – Introdução

No final do século passado já era comum na Europa cruzamentos entre animais, mas precisamente com o canário doméstico. Desta época tem-se notícia que no Brasil já produziram o pintagol (pintassilgo x canária), fato relatado pelo zoólogo Emílio GOELDI, em 1894. Portanto esta prática de hibridar o canário tem de sobra um século.

Em princípio dois motivos levam os criadores a hibridar seus canários, em primeiro lugar a curiosidade inerente do ser humano em saber o que vai resultar um cruzamento. Outros mais conscientes, buscam através da hibridação a procura de cores novas ou de outros fatores que possam dar mais vitalidade ou longevidade aos canários domésticos em geral.

No momento, estando quase solucionado o canário vermelho, se busca o canário negro. Aliás no início do século se tentou o canário negro cruzando o tiziu com a canária.

II – Metodologia

Inicialmente consultou-se o trabalho de GRAY (1958), que contém 55 hibridações do canário doméstico. Pesquisou-se ainda nas seguintes obras: GILL (1962), GICQUELAIS (1966), RADTKE (1972), GRZIMEK (1980), ELLIS (1984) e BIELFELD (1988). A partir dos dados obtidos nestes trabalhos e atualizada a situação sistemática e taxonômica das espécies envolvidas, elaborou-se a tabela anexa, onde de forma sintética procurou-se demonstrar a problemática dos cruzamentos.

III – Resultados

A tabela única mostra que foram realizados pelo menos 61 cruzamentos, envolvendo 8 famílias de aves. Contudo o mais interessante são os cruzamentos com as espécies da subfamília Carduelinae, à qual pertence o canário doméstico. O cruzamento do canário doméstico com o canário silvestre não é uma hibridação, pois são da mesma espécie, neste caso tecnicamente temos bastardos e não híbridos. Dos gêneros desta subfamília, em especial Serinus e Carduelis, dão híbridos com descendência fértil. A principal espécie é o Tarin da Venezuela (Carduelis cucullatus) que deu origem aos canários com pigmentos vermelhos.

O advento do canário vermelho por sua vez reforçou a muito a prática de cruzamento ente espécie, pois antigamente, formas silvestres com plumagem vermelha produziram híbridos sem esta cor. Usando-se canários vermelhos nestes cruzamentos passou-se a ter híbridos mais bonitos com uma vistosa cor avermelhada.

Com relação aos híbridos de aves brasileiras: tiziu, canário-da-terra, pintassilgos, cravina e Garibaldi, veja SICK (1988). O autor afirma que uma fêmea híbrida de Garibaldi (icterídeo) com canária foi fecunda em retrocruzamento com canário.
No decorrer do levantamento bibliográfico, encontrou-se algo que deve interessar aos aficcionados da hibridação, no Uruguai foram introduzidos, j’s há algum tempo o pintassilgo-português (C. carduelis) e o verdilhão (C. chloris).

Sendo nativo neste país a subespécie de pintassilgo (Carduelis m. mangellanica), que parece ser de maior porte que o nosso.

IV – Discussão e Conclusão

Conforme demonstra os resultados, fica claro que o criador que pretender hibridar seus canários deverá usar espécies da subfamília Carduelinae se quiser obter híbridos fecundos e prosseguir nos cruzamentos. Deverá observar quais as espécies que produzem híbridos fecundos, bem como em qual sexo (geralmente o masculino).

Por outro lado um híbrido mesmo infecundo pode ser um belo pássaro e às vezes um bom cantor. No Brasil a prática de criação de híbrido para exposição ainda é pouco desenvolvida. Na Europa a grande moda é o cruzamento entre aves silvestres ou de híbridos de canário com outra espécie silvestre, ocorrendo mesmo cruzamentos entre dois híbridos fecundos. Prova disto é que no Campeonato Mundial de Reims em 1997 foram inscritos nada menos que 700 híbridos.

Atualmente as hibridações são feitas levando em consideração a carga genética que a forma silvestre e o canário irão passar para os híbridos. Na Europa já existem padrões predeterminados de cor e raça para efetuar os cruzamentos. Por exemplo o pintassilgo português com canária mosaico de linha clara ou do pintarroxo com uma canária Yorkshire branca isso, sem falar no uso generalizado de canários (as) vermelhos, nas suas diferentes cores e tonalidades. Outro grupo procura incessantemente o canário negro, principalmente através do negrito da Bolívia.

Interessante ressaltar que uma dúvida antiga sobre a origem do “Lizard”, no tocante ao fato de ser ou não descendente de uma espécie silvestre, está relativamente claro pelo resultado obtido do cruzamento Serinus pusillus com a canária, que resultou em algo muito parecido com o “Lizard” .