SISTEMAS CAIPIRAS NÃO são SINÔNIMOS DE BEM-ESTAR

13 de setembro de 2022 17 Por Canal do Youtube (Parceiro)



Com maior acesso a informação e a crescente preocupação da população sobre a forma com que os alimentos que consumimos são produzidos, em especial a forma com que os animais são criados, a produção de poedeiras em gaiola vem apresentando sinais de esgotamento. Esta lógica produtivista intensiva está sendo cada vez mais contestada. O mercado consumidor tem exigido uma reestruturação nos sistemas de produção, apoiando-se na necessidade de atender outros aspectos que não só econômicos, mas social e ambiental.

Tais mudanças estão respaldadas principalmente pela perspectiva de atendimento do bem-estar das aves, considerado tema transversal, pode ser considerado polissêmico, com diferentes interpretações. Porém, sua busca deve ser calcada nas cinco liberdades dos animais. As Cinco Liberdades compõem um instrumento reconhecido para o diagnóstico de bem estar animal. As ideias centrais foram lançadas pelo Relatório Brambell (1965) e evoluíram para o que conhecemos hoje.

I – a liberdade nutricional: os animais devem estar livres de sede, fome e desnutrição;
II – a liberdade sanitária: os animais devem estar livres de feridas e enfermidades;
III – a liberdade de comportamento: os animais devem ter liberdade para expressar os instintos naturais da espécie;
IV – a liberdade psicológica: os animais devem estar livres de sensação de medo e de ansiedade; e
V – a liberdade ambiental: os animais devem ter liberdade de movimentos em instalações que sejam adequadas a sua espécie.

Os sistemas caipiras de produção são conhecidos por se aproximarem das cinco liberdades do bem-estar animal. Porém, diante da diversidade dos sistemas e dos manejos, existem práticas que descumprem e comprometem o bem-estar das galinhas poedeiras.

Como por exemplo, o fornecimento de medicamentos usados para seres humanos às aves. Sem respeitar o tempo de carência.

A realização da debicagem caseira. Através do aquecimento da faca de cozinha e a apara do bico da ave. Promovendo dor e estresse aos animais.

E também, a retirada dos poleiros do galpão. Descaracterizando os sistemas caipiras de produção e causando transtornos psicológicos às aves. Uma vez que os poleiros são instrumentos de uso para dormir e sentir-se segura dos predadores.

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