Vídeo Desafio: conte o número de botes dessa Jararaca

7 Por Canal do Youtube (Parceiro)
Vídeo Desafio: conte o número de botes dessa Jararaca

Grupo Whatsapp sobre criação de aves

A jararaca-da-mata (nome científico: Bothrops jararaca) é uma serpente de até 1,6 m, encontrada no Brasil (da Bahia ao Rio Grande do Sul) e em regiões adjacentes no Paraguai e Argentina. Origina -se do tupi yara’raka.

jararaca da mata

Jararaca da mata
Possui corpo marrom com manchas triangulares escuras e região ao redor da boca com escamas de cor ocre uniforme, peculiaridades que propicia uma excelente camuflagem. Também é conhecida por jararaca-do-campo, jararaca-do-cerrado, jararaca-dormideira, jararaca-preguiçosa e jararaca-verdadeira.[1] Sua cor é marrom com amarelo escuro com rajas pretas. Perigosa, prepara o bote ao ver se aproximar qualquer ser. A cabeça tem uma faixa marrom que segue por trás do olho, dos dois lados da cabeça, de volta ao ângulo da boca tocando os três últimos supralabiais. A cor da língua é preta, e sua íris é ouro a ouro esverdeado.[2]

Habitat
Vive em ambiente preferencialmente úmidos, como beira de rios e córregos, onde também se encontram rato e sapos, seus pratos mais caçados. Dorme durante o dia debaixo de folhagens secas e úmidas, e gosta de tomar sol pós chuva.

Jararaca e a ecologia
Ela costuma ficar bem camuflada sobre as folhas secas, quando ameaçada achata-se e bate a cauda sobre as folhas. As Bothrops jararaca desempenham um papel importante no controle da população de ratos, que transmitem doenças como a leptospirose, provocando muitas mortes.[3]

Veneno
Agência FAPESP – A Organização Mundial da Saúde incluiu recentemente o ofidismo (acidentes provocados por serpentes venenosas) como uma doença tropical negligenciada. No Brasil, as mordidas de jararaca (Bothrops jararaca) respondem por cerca de 90% do total de acidentes com humanos envolvendo serpentes. O veneno da jararaca pode provocar lesões no local da mordida, tais como hemorragia e necrose que podem levar, em casos mais graves, a amputações dos membros afetados.[4] Entretanto, o cientista brasileiro Mauricio Oscar da Rocha e Silva isolou da peçonha dessa serpente o BPP (peptídeo potencializador da bradicinina). Esse composto serviu, nos anos 60, para o farmacologista Sérgio Henrique Ferreira, que desenvolveu o Captopril, medicamento usado para o tratamento de hipertensão e casos de insuficiência cardíaca. Atualmente, grupos da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal do Rio de Janeiro estudam outras propriedades do veneno da Bothrops jararaca com possíveis efeitos contra doenças neurodegenerativas e trombose. [5]

Um estudo realizado por Miguel Tanús Jorge, em tese de doutorado para Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), avaliou-se quarenta pacientes com abscessos no local da mordida por Bothrops foram avaliados. Dez trouxeram a cobra responsável pela mordida, Bothrops jararaca em todos os casos. Na admissão, uma amostra foi coletada de cada caso para cultura aeróbica e anaeróbica, e nenhum abscesso foi drenado espontaneamente. Nenhum dos pacientes havia recebido terapia antibacteriana ate então. As bactérias isoladas com maior frequência foram Morganella morganii (23 pacientes), Providencia rettgeri (7) Enterobacter sp. (4), Escherichia coli (3), estreptococos do grupo D (11) e Bacteroides sp. (6). Todas as enterobactérias testadas foram sensíveis ao cloranfenicol, aminoglicosídeos e cefotaxima. Os estreptococos do grupo D foram sensíveis ao cloranfenicol, à ampicilina e à penicilina G, enquanto as bactérias anaeróbias foram sensíveis ao cloranfenicol e à tetraciclina. Estes resultados sugerem que, em casos de formação de abcessos secundários à picada de Bothrops, o cloranfenicol isoladamente é uma boa escolha, sendo segura e barata.[6]

O que não fazer em caso de acidentes
Não amarrar o membro ferido, pois pode complicar a circulação do sangue, causando necrose.
Não cortar o local da picada, o corte pode aumentar o risco de infecção no local, além de poder causar hemorragia.
Não chupar o local da picada, após a inoculação é impossível retirar o veneno.
Não colocar pó de café, ervas ou querosene no ferimento, isso pode provocar infecção no local.
Não dar álcool e outras bebidas do gênero ao acidentado, isso pode causar intoxicação. [7]
Alimentação
As Jararacas da mata raramente utilizam a vegetação e apresenta mudança ontogenética na dieta. Os juvenis de B. jararaca geralmente utilizam a vegetação e apresam principalmente anfíbios, enquanto que os adultos são predominantemente terrestres e basicamente alimentam-se de roedores.

Curiosidades
Foram encontradas na Zona Sul de São Paulo jararacas gigantes, pelo menos 50% maiores que espécimes comuns, medindo aproximadamente 1,5 metros. Ao investigar a procedência delas, os pesquisadores da Unesp e do Instituto Butantan descobriram que elas haviam sido capturadas no Parque do Estado. O estudo foi iniciado partindo da hipótese de que as jararacas do parque do estado atingiam maiores tamanhos por causa da influencia do ser humano que alteram, positivamente, a oferta de recursos alimentares e reduzem a incidência de predadores.